Refletindo sobre o Processo Educacional | Lúcia Simões Sebben

Refletindo sobre o Processo Educacional | Lúcia Simões Sebben

Este texto convida a refletir sobre nossas emoções, medos e resistências e a forma como podemos lidar com as mesmas em busca de desenvolvimento humano e profissional.

“ A vida é uma interdependência, uma partilha mútua. Simplesmente, dás o que naturalmente pode ser dado, Simplesmente recebes o que pode ser recebido. Não te sentes obrigado por ninguém e não fazes ninguém sentir-se obrigado por ti. Sabes apenas que a vida é uma interdependência”. Tantra – A Suprema Compreensão – Bhagwan Shree Rajneesh

Compreender o processo de aprendizagem e de educação representa resgatarmos nossas mais fundamentais crenças e valores. Todo ser humano independente de seu nível socioeconômico apresenta suas carências de amor, frustrações ao longo da vida, competições, baixas de autoestima, desânimo e até de vazio existencial…

A medida em que experiências positivas ou não acontecem, registros vão sendo construindo no mais profundo âmago de nossas consciências, que por sua vez também podem ser construtivos ou não. Esta construção interna reflete nossos valores e crenças podendo estes ser limitadores ou fortalecedores.

Já constatou-se que a educação formal separa a inteligência da emoção, contudo sabe-se que o desejo é que move o mundo sendo a principal mola propulsora para a satisfação de uma necessidade. Desde criança, esta é a busca que nos move para a ação resultando na construção do aprendizado com prazer. Desta forma, o processo educacional torna-se leve, prazeroso e libertador. Tornamo-nos pessoas capazes de nos desprender do que não nos serve mais, de nos desapegarmos daquilo que nos limita, rompendo com nossos limites e sendo criativo.

Esta expansão de possibilidades nos torna pessoas especiais que, quebrando nossos próprios paradigmas nos tornamos seres transformadores da sociedade e de um mundo que clama por mudanças urgentes e profundas. É com este intuito que sugiro um mergulho em si mesmo, onde todo o alicerce do teu EU possa ser revisto e seus valores pessoais colocados na mesa.

“O bom em deve ser sujeito de sua própria educação. Não o objeto dela.” Paulo Freire

No momento em que nos deparamos com uma necessidade de crescimento ou de desenvolvimento surgem inúmeras questões que nos remetem a reflexões sobre nós mesmos. Mudar requer o repensar de sua caminhada e identificar seus desconfortos. É através da necessidade que as mudanças se dão.

Refletindo sobre o passado…

Esteja você sozinho, com amigos ou com algum parente próximo pense sobre sua realidade e como se construiu. Comece por sua infância, lembre dos bons e maus momentos, os momentos de maior realização e de frustração e os mais marcantes. As pessoas significativas, o que representavam na época e que papel tiveram em sua caminhada.

Que valores estavam presente nas suas decisões e escolhas? Depois disso vá para o passado recente e observe o que mudou no seu trabalho? Que resultados obteve? Que frustrações? Por que? O que mudou nas relações de trabalho para melhor? O que piorou? Que valores influenciaram em suas decisões? Que resultados trouxeram?

Lembre-se: quando você perde o contato com seus sonhos e suas paixões, a rotina e o desgaste do dia a dia o distanciam cada vez mais. Porém a necessidade de mudança aumenta e esta impulsiona o desejo de mudar.

Definindo suas prioridades, princípios e metas…

Pense em todos os aspectos relevantes de sua vida. Tudo e todos que compõem o cenário de seu contexto atual e de que forma participam de seu dia a dia. Até que ponto deve ser mantido, mudado ou excluído. Liste família, amigos, colegas, faculdade, festas, trabalho, atividades culturais, sociais, sua saúde física e mental, vida religiosa, espiritual, atividades voluntárias, etc… Identifique 5 ou 6 valores e crenças que você tenha e observe até que ponto são praticados em sua vida ou até que ponto são apenas verbalizados. Reavalie suas atitudes, rotina e plano de vida.

Amplie seu horizonte…

Pense em quanto tempo você acredita que ainda viverá? O que ainda não realizou e que gostaria de realizar? Que sonhos você tem? Que metas profissionais te motivam? Que mudanças você acredita ser necessário em suas atitudes? São mudanças viáveis para você? Com que pessoas gostaria de estar trabalhando? Em que tipo de ambiente? Como gostaria que fosse sua rotina? E fora do trabalho, como seria sua vida? Onde e como você se vê daqui 15 anos? Vislumbrar um futuro ideal pode ser uma forma poderosa de entrar em contato com as possibilidades de mudança em nossas vida.

“Meus sentimentos são com o minha impressão digital. Com o a cor dos meus olhos e o tom de minha voz: únicos e irrepetíveis. Para você me conhecer é preciso que conheça meus sentimentos. Minhas reações são a chave para m inha pessoa. Quando lhe dou a chave, você pode entrar e com partilhar comigo o que tenho de m ais precioso para lhe oferecer: EU MESMO.” John Powell

Crenças Limitadoras e Fortalecedoras

A importância de conhecer nossas crenças e valores vem do quanto elas podem nos fortalecer ou nos limitar no processo de construção de um novo caminho. Na medida em que conhecemos nossas crenças limitadoras, já passamos a ter uma maior possibilidade de supera-las. Nossas crenças limitadoras podem ser identificadas em 3 categorias:

1. Impossibilidade de realização (é impossível realizar)
2. Capacidade insuficiente (não sou capaz de realizar)
3. Falta de merecimento (não mereço, não tenho sorte)

Para que este exercício se torne mais eficaz, procure identificar objetivos frustrados e observe quais as crenças limitadoras que possam ter interferido. Faça uma avaliação profunda, observe seus medos, seus bloqueios e tudo
que possa ter impedido a obtenção de suas metas. Nossas emoções, crenças e valores podem se transformar em sabotadores internos em que nós mesmos buscamos “desculpa” para não agirmos da forma que gostaríamos.
Rever valores e observar nossas emoções requer coragem. Coragem é uma palavra latina que significa cor-coração, ou seja colocar o coração a frente e prosseguir apesar do medo.

Rever crenças e buscar mudanças implica em fazer escolhas. Fazer escolha não significa limitar-se, mas sim libertar-se em busca daquilo que realmente que se quer. Nossos sabotadores podem ser facilmente identificados observando quando bloqueamos nosso desenvolvimento. Essas razões podem ser:

1. Superexigência
2. Medo de vencer
3. Não saber planejar
4. Adiamento, protelação
5. Repetir erros
6. Distrair-se
7. Complicar
8. Desanimar diante da primeira dificuldade
9. Duvidar de seu êxito
10. Não se achar merecedor

“ A mudança ocorre não quando tentam os mudar a nós mesmo, mas quando nos conscientizam os do que não está correto. Lembre- se, a hora m ais escura é aquela que antecede a aurora – muitas vezes a mudança se dá no instante em que desistimos, ou quando menos esperam os.” Bhagwan Shree Rajneesh

Autoestima

Autoestima é uma experiência íntima; reside no cerne de nosso ser. É o que eu penso e sinto sobre mim mesmo, não o que o outro pensa e sente sobre mim. É a potencialização do nosso ser. A importância da autoestima saudável está no fato de que ela é o estruturador de nossa capacidade de agir e reagir positivamente diante das oportunidades da vida – no trabalho, no amor e no lazer. Traz ainda a serenidade de espírito que nos permite desfrutar a vida. “Vencer não é competir com o outro. É derrotar seus inimigos íntimos interiores. É a própria realização.” Roberto Shinyashiki

Cultive uma autoestima saudável

Seja mais flexível com você mesmo, controle sua autocrítica
Melhore o diálogo interior, seja compreensivo
Desenvolva o bom humor, diga coisas engraçadas para rir sempre
Destine algum tempo do seu dia para fazer as coisas que realmente gosta
Invista em você: educação, saúde, cultura, visual…
Responsabilize-se por sua felicidade, assim estará sempre buscando o melhor
Pratique a resiliência, seja complacente
Aceite sua realidade, mas não seja conformista
Tenha amigos, compartilhe seus bons e maus momentos
Expresse suas emoções, viva-as abertamente
Valorize o que você tem, sem ficar lamentando o que não tem
Acredite em você mesmo e em sua capacidade de êxito

PLANEJE SUA EVOLUÇÃO PESSOAL

1. Defina metas e objetivos específicos: O QUE?
2. Tenha consciência dos obstáculos/ sabotadores internos e externos.
3. Estabeleça soluções e prazos: COMO E QUANDO?
4. Planeje exercícios diários.

Lúcia Sebben

Desenvolvimento Humano e Organizacional Consultoria em RH

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